A adolescência
Ter problemas de
relacionamento é absolutamente normal. Acontece nas melhores famílias. Pode ser
uma separação, uma dificuldade financeira ou qualquer outra situação
estressante. Mas quando esses problemas sãodescarregados nos filhos, a coisa muda de figura. O importante é que o adolescente não sofra pelos pais. "Os jovens não ficarão imunes aos problemas da família. No entanto, se não forem envolvidos nas questões que não dizem respeito especificamente a eles, existe uma boa chance de não serem muito prejudicados", diz Miguel Perosa, psicoterapeuta e professor da Faculdade de Psicologia da PUC-SP.
Como a escola deve
trabalhar?
A escola tem o dever de
entrar em ação quando percebe que o rendimento de algum aluno caiu muito,
chamando a família para uma conversa, na tentativa de descobrir o que pode
estar afetando o aprendizado do adolescente. "É normal que os alunos
tenham problemas na escola quando os pais estão se separando, por exemplo. Mas
tentamos mostrar para os pais que é possível tornar-se ex-marido ou ex-mulher,
jamais ex-pai ou ex-mãe. Os adolescentes precisam de atenção e de
acompanhamento", afirma Adilson Garcia, do Colégio Vértice, de São Paulo
(SP).
O que a família pode fazer?
Evite descarregar os seus
problemas graves nos jovens. Lembre-se que filho não é psicanalista, economista
e nem especialista em relacionamento familiar. "As dificuldades que
aparecerem podem ter seus efeitos nos filhos minimizados com uma boa conversa,
com respeito e transparência, objetivando regras claras e compartilhadas",
diz Miguel Perosa, psicoterapeuta e professor da Faculdade de Psicologia da
PUC-SP. "Numa separação dos pais, por exemplo, é comum jogar no colo dos
filhos a alternativa ou-você-me-ama-ou-ama-a-ele(a). Isso é muito prejudicial.
É preciso que o filho saiba que continuará tendo pai e mãe. Dificuldades
financeiras são condicionantes do estilo de vida da família. É preciso saber
exatamente quanto se pode gastar e que isso fique claro para os filhos".
Além disso, é importante continuar presente na vida dos filhos mesmo em seus
momentos de dificuldades. "Ser pai ou mãe exige um pouco de
sacrifício", diz Evely Boruchovitch, professora da Faculdade de Educação
da Unicamp
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